[TETSU] Centro Comercial

C onfesso que foi muito frustrante sequer conseguir entrar no departamento. Quando disse que queria falar com o sensei Aomine - descobri que esse era seu nome quando fui atrás de informações na Academia Ninja - os dois guardas só faltaram dar risada da minha cara de bobão empolgado. Parece que as coisas estavam bastante movimentadas por lá, notei por um vai e vem de pessoas, e o sensei que na verdade também era o general estaria ocupado por tempo indeterminado, segundo um dos funcionários. Logo na minha vez!

Por outro lado, quando ele ficasse livre, fico imaginando o quão bom eu não ficaria se treinasse com ele, afinal ele estava acima de todos os outros guardas, né? Parando pra pensar... talvez a ideia de integrar o corpo militar com Tomo realmente não seja ruim, porque aí eu teria uma desculpa a mais para que ele me desse atenção e ensinamentos especiais! Minha vontade era de voltar lá agora mesmo e preencher qualquer ficha para me candidatar, mas com certeza seria mais legal fazer isso ao lado do meu melhor amigo. E por falar nele, eu acho que vou ter que ralar bastante treinando sozinho pra ter alguma chance de ficar no mesmo nível dele enquanto ele aprende com o sensei Lietsu. Tudo bem, eu sempre fui mais rapidinho mesmo, vou alcançar ele com certeza!

Mas primeiro, preciso de um par de pesos novos.

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L ugar para comer no centro comercial era o que não faltava. Eu sempre acabava entrando em um restaurante ou lanchonete diferente a cada vez que vinha, pois sempre tinha um cheirinho ou algo exposto como anúncio que acabava me chamando a atenção, ou melhor, a atenção do meu estômago. O que escolhi hoje era um que costumava servir refeições para almoço e janta e prometia pratos que deixariam qualquer um de barriga cheia. Era o que eu precisava após o último treinamento.

— Eu vou querer um suquinho também, por favor — complementei o pedido para a atendente.

O cheiro de comida quente sendo grelhada, cozida e tudo mais começou a se tornar uma tortura a cada respirada que eu dava. Tentei levar meus pensamentos para outras coisas, mas parecia que eu havia pensado tanto nos últimos meses que sequer tinha algo sobrando para matutar sobre, sabe? Precisava mesmo de acontecimentos novos nos meus dias, como ter encontrado de surpresa com o Kaien na biblioteca. Engraçado como apenas uma troca de palavras pode gerar uma série de coisas a se pensar a respeito. Uma das coisas que ficou martelando em meus pensamentos por um tempo foi o que ele disse sobre um gato samurai no Centro de Adestramento. A primeira coisa que consegui imaginar foi um gato segurando uma espada pequena com a boca, mas isso seria muito estranho. Será que ele quis dizer que havia um samurai bonito por lá? Podia ser também... Argh, é melhor deixar isso pra outra hora.

Ainda sobre assuntos que me lembram Kaien, achei que seria uma boa relembrar das cenas que vivemos na Floresta das Lamentações com uma perspectiva mais analítica ao invés de emocional. Aoda me ensinou a fazer isso como maneira de identificar pontos em que eu tenha cometido erros para que pudesse não os repetir numa próxima situação. Lembro de ter brincado que não pareceu nem um pouco errada a maneira como consegui fatiar tantos corvos, piada que ele não gostou muito no dia.

— Seu pedido — a atendente retornou alguns minutos após, com uma bandeja cheia de coisas.


O cheirinho quente da refeição entrou nas minhas narinas com louvor enquanto minha boca se enchia de saliva. O prato principal continha arroz tostado, uns pedaços de legumes e um ovo grelhado bem bonito, desses no ponto em que a gema estoura quando você cutuca ela. Eu gostava bastante de colocar uma pitada de sal por cima e misturar com o arroz pra comer junto. Tinha também uma cumbuca com algumas massinhas fritas e três potes com molhos diferentes para comer à vontade. Que delícia! Fui dando garfadas como quem não come há um mês, sentindo todo aquele sabor do tempero preencher minha boca enquanto eu mastigava menos vezes do que deveria, somente para engolir rápido e dar outra garfada em seguida. Depois de três repetições dessas, vi que a moça estava me olhando boquiaberta, certamente pasma por alguém do meu tamanho comer tão depressa.

— Mmm sculp-pa — me desculpei com a boca ainda cheia.

Ela se retirou por um breve momento, dizendo que traria meu suco em seguida, o que eu achava bom, pois comer aquela quantidade de arroz tão rápido fez com que eu me sentisse entalando. Dei uma pausa, aguardando a bebida que no fim era azedinha na medida certa, combinando perfeitamente com o sabor do prato na minha mesa. Será que eles pensavam nas combinações boas pro nosso paladar? Não sei, mas sei que com certeza eu recomendaria esse lugar para quem perguntasse.

— Moça, eu vou querer mais uma porção dessa massinha pra agora e outra pra viagem... — diante das opções e do quanto aquilo era gostoso, precisava levar mais para comer depois. — Vou querer também duas sobremesas para levar.

— Anh, c-claro! Só um momento — ela não deixava de se impressionar com o quanto um pequeno Zayasu podia comer.


Finalizei minha refeição adicional me sentindo bastante satisfeito. O tempo descansando o corpo enquanto comia serviu para aliviar a fadiga que sentia quando deixei a base de treinamentos. Com o passar do dia, aproveitaria as horas antes do entardecer para praticar ambas as técnicas que consegui na biblioteca antes de ir para casa descansar. Precisava dormir o suficiente para acordar disposto ao nível de enfrentar um ronin. Espero que os portões tenham mesmo aberto até lá conforme os boatos trazidos pelos outros Gennin.

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Considerações

50% de CK/ST recuperado pelas duas refeições livres do dia.
Compradas três refeições extras no valor de 30.000 ryous.